segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ABSURDAMENTE PAGU

A TESCOM | Escola de Teatro e Agência de Artistas e Técnicos apresenta "ABSURDAMENTE PAGU".

Esse espetáculo é baseado na história de Patricia Rehder Galvão, nascida em 14 de junho de 1910, na cidade de São João da Boa Vista (SP).

Ficou conhecida como a provocante e extravagante Pagu por conta do seu envolvimento na política, no Partido Comunista e no Modernismo.

Com estreia em dezembro de 2009, a peça é uma grande homenagem ao centenário de nascimento da musa do Movimento Modernista. Tem a direção geral de Karla Lacerda e Pedro Norato e um elenco com mais de 50 pessoas.

“Era uma menina forte e bonita, que andava sempre muito extravagantemente maquiada, com uma maquiagem amarelo-escura, meio cor de queijo palmira, e pintava os lábios de quase roxo, tinha um cabelo comprido, assim pelos ombros, e andava com o cabelo sempre desgrenhado e com grandes argolas na orelha.”

Patrícia ainda que muito jovem – tinha à época 12 anos – presencia a Semana de Arte Moderna de 1922 e o início do movimento modernista, do qual mais tarde iria participar.

Em 1928 Patrícia completa o Curso Normal da Escola da Capital e é neste mesmo ano que entra em contato com o grupo da Antropofagia.

Raul Bopp descobriu Patricia Galvão, achando que se chamava Patricia Gullart, deu a ela um apelido PAGU, que aos 18 anos de idade se tornou a musa do modernismo!

"Que olhar é esse, dócil e felino, terno e ácido, que encanta e domina? Quem é essa mulher com jeito de menina? Quem é essa menina, tão intensamente mulher? Patrícia... Patrícia Goulart... Patrícia Goulart . Pa – gu. Pagu."

É o mesmo Bopp quem a introduz nas reuniões oferecidas por Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, o casal “mais admirado e requisitado da sociedade paulistana" que depois de 2 anos de convivência o casal antes Oswald e Tarsila passou a ser Oswald e Pagu.


Em setembro de 1962 viaja a Paris para ser operada, vítima de um câncer. Na véspera, um último texto seu é publicado em A Tribuna - o poema “Nothing”



“Nada, nada, nada

Nada mais do que nada

(...) Trouxeram-me camélias brancas e vermelhas

Uma linda criança sorriu-me quando eu a abraçava

Um cão rosnava na minha estrada

(...) Abri meu abraço aos amigos de sempre

Poetas compareceram

Alguns escritores

Gente de teatro
Birutas no aeroporto

E nada”



Patrícia Galvão morreu de câncer aos 52 anos de idade, num dia de primavera em 12 de dezembro de 1962, aqui em Santos, a cidade que mais amava, na casa dos seus, entre a irmã e a mãe que a acompanhavam.

Naquele momento e, felizmente, em poucos minutos, apenas sufocada pelo colapso que a impedia de respirar, as últimas palavras de Pagu, que ainda pediam Liberdade:


"Desabotoa-me esta gola".




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